5- Concentre-se na faculdade
POV Isabella:
Vinte dias depois...
"Isabella, acorde!" minha mãe berrou enquanto invadia o meu quarto. "Vamos lá, o dia está sorrindo para nós!"
"Ugh…" eu bocejei. "Desliga essa luz, mãe, você perdeu o juízo?"
"Isabella, levante-se! Precisamos aproveitar o sábado!"
"Não, senhora. Sábado foi feito para dormir," murmurei, enterrando-me mais fundo no cobertor. "Adeus! E não se esqueça de apagar a luz."
"Vamos lá, menina."
Tap tap tap. Os sapatos dela clicavam impacientemente pelo chão, atacando meus tímpanos. Adeus, doce sono.
Argh!
Exalei bruscamente e cobri a cabeça com um travesseiro, tentando ignorá-la. Eu estava exausta, e minha mãe sabia disso. Então por que diabos ela estava me atormentando?
Nunca tinha estudado tanto na minha vida. Os vinte dias de treinamento foram intensos, apenas reforçando a reputação da WUC como a melhor do mundo. Minha admiração pela universidade—que priorizava o crescimento profissional de seus funcionários—só aumentou. O sistema deles era único, desenvolvido na Califórnia, lar de Berkeley. E sim!!! Eu teria um MacBook na minha mesa—porque eu teria uma mesa, canetas e uma agenda. Afinal, uma nova Isabella nasceu no momento em que pisei na WUC.
Finalmente baixei a guarda, agradavelmente surpresa com meus novos amigos. Quase sempre almoçávamos juntos, e nunca—nem nos meus sonhos mais loucos—nos atrasamos novamente depois daquele primeiro incidente. Não escorregamos mais depois disso. Infelizmente, tive que me despedir de dois deles: Lucca e Renan não estariam no mesmo departamento que eu. Mas, em troca, ganhei Raica, que agora considero uma das pessoas mais incríveis que já conheci.
Vou admitir, pensei em Dominic—seu nome, seu rosto, seu cheiro, aqueles olhos castanhos calorosos nunca saíram da minha mente. Mas como uma miragem, o homem nunca reapareceu. Tudo bem, talvez eu tenha agido um pouco louca algumas vezes, vagando pelo saguão como se não tivesse nada melhor para fazer, esperando que o príncipe das trevas reaparecesse em sua carruagem—nada muito luxuoso, apenas um Porsche preto—e olhasse para mim, e eu olhasse para ele, e... bem, algo mágico aconteceria.
Mas eram apenas sonhos e expectativas.
No dia anterior, nosso último dia de treinamento, Ellen Castiel—a linda e poderosa mulher que eu passei a admirar—nos entregou nossas cartas de bolsa de estudos para a universidade. Sem dúvida, o momento mais especial de todo o processo. Se eu não tivesse conseguido entrar como bolsista, nunca teria conseguido pagar aquela escola. Provavelmente teria que vender um rim só para cobrir seis meses de mensalidade.
Depois de vinte dias exaustivos, eu estava esgotada. Tudo o que eu queria era um fim de semana apodrecendo na cama ou no sofá—e vice-versa. Mas problema (a.k.a. Mamãe) tinha outros planos.
"Vamos ao shopping!"
Isso estava longe de ser um convite—era uma ordem.
"Hã?" eu disse, emergindo do meu refúgio apenas para a luz do sol atacar meu rosto. Ela tinha aberto as cortinas e janelas, deixando a luz do dia assassinar minha paz. "Não. Negativo. Sem chance."
"Isabellaaaa…" A mulher que eu chamo de mãe tem a voz mais irritante e chata do mundo. "Levante-se agora!" Ela parou bem na minha frente.
Não tenho forças para lutar com ela. Dona Ana é teimosa, então obedecê-la era o movimento mais inteligente.
"Tá boooooom..." Eu me sentei na cama. Espera aí—sábado de manhã, salão lotado, onde é que entra a compra no shopping? "Ei, empresária, você não devia estar no salão? O que houve, faliu?"
Ela forçou um sorriso e sentou na beirada da minha cama.
"Hoje é dia exclusivo das garotas. Precisamos de um tempo juntas." Ela descansou as mãos na minha cabeça, deslizando-as até a minha trança improvisada e bagunçada, e começou a desfazê-la gentilmente. "Você começou um novo capítulo—faculdade e trabalho." Levemente, seu dedo tocou meu queixo, virando meu rosto para o dela. "Estou tão orgulhosa de você, querida."
"Mãe, você sabe que nada disso teria acontecido sem você."
"Meu tesouro, você merece cada conquista."
"Eu te amo, mãe."
Nós nos abraçamos, e claro, as lágrimas vieram—só para nos lembrar que somos duas choronas ridículas.
"Então hoje, eu sou toda sua. Aproveite." A mulher que eu amo mais do que a própria vida se afastou, me dando espaço para sumir do seu campo de visão. "Agora, banho!"
"Acho melhor eu levantar, então."
Eu pulei da cama e corri para o banheiro. Meu banho foi rápido—em menos de trinta minutos, eu estava indo para a sala, atraída pelo cheiro de café no ar. Enquanto eu despejava o líquido na minha xícara, notei a elegância da minha mãe. Ela não conseguia ser básica, nem mesmo em uma simples ida ao shopping. Apesar de todas as dificuldades que ela enfrentou, continuava deslumbrante—pernas tonificadas sempre guiadas por saltos altos.
"Precisamos fazer compras. Você agora é uma universitária e funcionária da WUC. Tem que estar apresentável," ela disse, sorrindo. "Você sabe que é a minha vida, né?"
"Eu sei, mãe."
"Então é hora de crescer, se tornar uma mulher e encarar seu futuro com mais responsabilidade. E nunca se esqueça de sempre usar... preservativos."
Eu quase cuspi meu café.
"É assim que você começa a conversa?"
"Eu só quero saber se você está fazendo sexo, Isabella!" a mulher intrometida exigiu dramaticamente, braços cruzados, rosto cheio de preocupação.
"Por que falar disso agora? Eu pareço que estou fazendo sexo?"
(Embora eu estivesse me tocando mais frequentemente ultimamente—graças a uma certa pessoa que alimentou minha imaginação pervertida. Eu até apelidei meu vibrador de Dominiczinho.)
"Quem sabe? Vocês jovens escondem tudo. Sim ou não?"
"Talvez... Pode ser!" Eu provoquei, só para irritá-la—sabendo que ela iria gritar a qualquer momento. "Difícil dizer."
Minha mãe não era a mulher mais liberal do mundo, mas também não me criou com regras rígidas. Confiança sempre foi nossa base. Sem segredos entre nós—nunca houve.
"Isabella, não me faça comer todos os seus chocolates," ela ameaçou, colocando em risco anos de confiança construída. "Você sabe que eu faço isso."
"Relaxa, eu não estou fazendo sexo," confessei rapidamente, depois chequei meu reflexo no espelho do armário. "Esqueceu que eu não tenho namorado?"
"Namorado está fora de questão também—pelo menos por enquanto. Foque na faculdade."
"Sim, Capitã!" Terminei meu café agora morno, concordando com ela. Namoro estava fora de cogitação, mas eu não resisti a soltar a bomba do dia: "E você? Está fazendo sexo?"
Os olhos dela se arregalaram tanto que eu pensei que iam saltar.
"Shopping. Agora. Vou te esperar no carro." A diabinha fugiu como o diabo da cruz. Eu gargalhei, vendo suas bochechas corarem enquanto ela saía.
