BEIJEI MEU TUTOR

Download <BEIJEI MEU TUTOR> gratis!

DOWNLOAD

REUNIÕES, REUNIÕES

POV do Adam

Já fazia duas semanas. Duas semanas inteiras, terríveis e frustrantes em que eu estava freneticamente procurando um tutor.

Depois daquela noite em que dormi no vestiário e acordei com dores profundas em músculos que não poderiam ter sido ativados enquanto eu dormia, não fiz isso de novo. Parecia que tinha sido espancado com um bastão por uma criança de dez anos entusiasmada.

Mas, felizmente, Beckett e eu meio que desenvolvemos um sistema acidental e não falado. Eu estava dormindo às dez, talvez dez e meia, e ele voltava a qualquer hora depois disso. E eu saía do quarto antes das sete, quando ele acordava.

Meu telefone tocava quase a cada trinta minutos, como se estivesse programado — as mensagens do meu pai, gentilmente me lembrando do quanto eu estava ferrado. Eu estava tão tenso que esperava não perder a cabeça e gritar com um professor. Não podia me dar ao luxo de me meter em mais problemas do que já estava.

Como era possível que todos os professores e alunos dessa escola com meio cérebro estivessem ocupados, cheios de compromissos ou completamente desinteressados? As únicas pessoas disponíveis eram o professor de história esquisitão — de quem eu tinha certeza que era um pedófilo — e o zelador. E todo mundo? Continuavam me indicando o mesmo nome.

Maldito Beckett.

Recuso-me a acreditar que ele era tão bom assim.

Comecei a caminhar de volta para o dormitório, os ombros pesados. Passei o dia inteiro vagando pelo campus, tentando subornar estudantes, praticamente implorando para cinco diferentes e oferecendo uma boa grana, mas ainda assim, ninguém aceitou.

Soltei um suspiro, passando os dedos pelo cabelo. Fechei os olhos por um segundo e — boom. Esbarrei direto nela.

Ela soltou um gritinho, um som minúsculo enquanto os livros caíam de suas mãos, papéis se espalhando como confete.

"Droga— oh, me desculpe," eu soltei, rapidamente me abaixando para ajudar.

"Não, eu deveria ter prestado atenção por onde andava, me desculpe," ela se desculpou rapidamente, afastando o cabelo do rosto enquanto recolhia suas coisas. "Eu sou Cassy."

Olhei para cima.

Ela era linda. O tipo de garota que você reconhece imediatamente que tem vantagens pela aparência, beleza dada casualmente. Cabelos loiros, caindo pelas costas, contra o suéter rosa suave que ela usava acima de jeans bonitos.

"Eu sou Adam," eu disse, ajudando-a a se levantar pela mão.

—---

POV do Emerson

Eu praticamente coloquei fogo no lugar com meu solo de bateria. A plateia enlouqueceu tanto que eu meio que esperava que o teto desabasse com a força dos aplausos. A adrenalina corria pelas minhas veias enquanto eu saía do palco com minha banda, suor grudando no meu pescoço e a emoção ainda pulsando no meu peito. Eu era um baterista fudidamente bom e Adam Pierce podia se ferrar.

"Caramba, cara, isso foi incrível! Você realmente colocou fogo nessa música," River sorriu, dando um tapa nas minhas costas.

Assenti com um "Obrigado" brusco e já estava mentalmente me preparando para o corte de caridade que eles acabariam decidindo me pagar. Eu não reclamaria mais. O que fosse, seria meu pagamento. Eu não ficaria para a encenação.

Um grito tão alto e agudo que eu nem sabia se era humano me tirou dos meus devaneios. Antes que eu pudesse reagir, fui abraçado por alguma pessoa vagante. Pequena — talvez na altura do meu peito, mas me segurava com a força de uma píton prestes a me engolir inteiro.

Olhei para baixo.

Um emaranhado de cabelo ruivo, despenteado. E quando ela olhou para cima… uau. Rosto cheio de piercings, olhos ardentes como mil sóis, seu rosto relaxado, feliz.

Ela era linda.

"Oi, E.M.! Ah meu Deus, é realmente você! Nunca imaginei que isso aconteceria. Eu sabia que um dia ia te encontrar, mas não hoje! Eu simplesmente — ahhhhh!"

Ela gritou de novo e me abraçou mais forte. Eu simplesmente fiquei ali… sem palavras. Essa garota era uma abraçadora de nível dez — do tipo grudenta, com olhos brilhantes.

"Sou uma fã gigantesca, gigantesca, GIGANTESCA!" ela sorriu, os olhos quase brilhando.

"Uh… oi," eu disse, ainda encarando essa criatura. "Prazer em te conhecer."

"Meu nome é Petra — e adivinha? Eu também toco bateria! Eu até tenho um axolote de estimação chamado EM, de tão louca que sou por você!"

Eu não pude deixar de sorrir. Aquilo foi realmente fofo.

Ela parecia jovem — talvez dezenove, talvez vinte anos. Podia ser mais velha, sua pequena estatura dificultava dizer.

"Então… uh, você quer um autógrafo, talvez uma selfie?" Eu cocei a nuca, meu cabelo caindo sobre as sobrancelhas enquanto olhava para os meus sapatos. Eu nunca sabia o que fazer nessas situações.

Ela sorriu. "Sim! E eu quero muito mais — incluindo um encontro."

"Um… encontro?"

"Sim! Eu morreria se você saísse comigo, seu pacote quente de fantasias verdes. E eu realmente, literalmente morreria se você não saísse."

Uau. Pacote quente de quê? Ela estava transbordando de entusiasmo. Eu ri nervosamente.

"Olha… estou lisonjeado, honestamente. Mas eu não… eu não estou realmente saindo com ninguém no momento. E, uh… além disso… eu sou gay."

Eu me preparei para a reação dela. As pessoas ou não gostavam quando eu admitia isso ou apenas me olhavam de uma maneira que mostrava surpresa por eu admitir isso.

Mas Petra ofegou dramaticamente, como se tivesse acabado de descobrir que o Natal chegou mais cedo. "MEU DEUS — AINDA MELHOR."

Eu pisquei. Não conseguia antecipar para onde essa interação iria desde que começou. "Espera, o quê?"

"Não, não, espera — você pode repetir isso? Por favor?" Ela pegou o celular, abriu um aplicativo de gravação de voz e o segurou na minha cara. "Só — por favor, por mim. Diga isso. 'Eu não estou realmente saindo com ninguém no momento… e eu gosto de homens.' Por favorzinho?"

Eu soltei uma risada, balançando a cabeça, mas não consegui parar o sorriso que se espalhou no meu rosto.

"Tudo bem, tudo bem." Eu me inclinei mais perto do celular. "Eu não estou oficialmente saindo com ninguém no momento," olhei para ela, confirmando que ela realmente queria que eu continuasse falando, "e eu sou gay."

Ela emitiu outro grito estridente e salvou a gravação como se fosse o Santo Graal. Energia para dias.

Petra ainda estava pulando para cima e para baixo, segurando o celular como se fosse um artefato inestimável. "Você é oficialmente a melhor coisa que aconteceu comigo este ano," ela sorriu, seu rosto brilhando de excitação. "Deus, você é ainda mais bonito de perto—"

Eu ri, coçando a nuca novamente. "Você é… realmente algo, sabia?"

Então, no meio da frase, o sorriso dela desapareceu. Seu rosto empalideceu, sua respiração travou. Minhas sobrancelhas se franziram.

"Ei… você está bem?"

Ela cambaleou ligeiramente, uma mão no peito. "Eu—" ela arfava, tentando respirar. "Asma…"

"Merda—ok, ok—onde está seu inalador?" Eu exigi, me aproximando, meu coração disparando imediatamente.

Ela tentou falar, mas estava engasgando, gesticulando freneticamente em direção à mochila que estava no chão a alguns metros de distância. "Na… bolsa… bolso… da frente…" ela arfou.

Eu corri em direção à bolsa, minhas mãos tremendo enquanto a abria.

Eu a revirei como um louco e encontrei uma bolsinha rosa brilhante, um chaveiro de caveira, um morcego de pelúcia, uma barra de chocolate parcialmente comida e — que diabos — um pequeno dinossauro de plástico. "Jesus, Petra, o que é isso?" Eu murmurei, ainda revirando.

Não é engraçado. Não agora. Meu coração estava disparado enquanto eu empurrava um CD rotulado 'EM FAN MIX' e uma mini pistola d'água para o lado. "Droga — onde está?!"

Finalmente avistei algo que parecia um inalador, enterrado sob uma pilha de adesivos. "É isso?" Eu o levantei, correndo de volta para ela.

Mas ela estava lutando, mal conseguindo acenar com a cabeça.

"Dane-se — vou chamar o 192," eu rosnei, pegando meu celular, meus dedos tremendo tanto que quase o deixei cair. "Aguenta firme, Petra — eu estou aqui, tá?"

Eu apertei o botão de chamada, minha voz forçada. Quando o atendente atendeu, eu já estava agachado ao lado dela, minha mão nas costas dela, celular contra meu ombro e ouvido, tentando administrar o inalador. Droga, como se usa essas coisas?!

Ela era tão pequena. Tão cheia de vida, há um minuto — e agora tão frágil.

"Sim, eu preciso de uma ambulância no The Vibe Club — uma garota está tendo um ataque de asma grave. Rápido, por favor!"

Eu segurei seu corpo inconsciente, sentindo um medo profundo. "Vai ficar tudo bem, Petra… vai ficar tudo bem. Aguenta firme!"

Vorig hoofdstuk
Volgend hoofdstuk